Powered By Blogger

sábado, 2 de maio de 2015

Jericoacoara ! Pescador morre à espera de atendimento médico. Esta seria a segunda morte na cidade, em menos de um mês, causada por falta de assistência de saúde.

Image-0-Artigo-1846046-1
Conforme Francisco Albanito Pereira, pai do pescador, o filho foi levado ao posto de saúde, onde só havia enfermeiras. As profissionais tentaram reanimá-lo até a chegada de uma ambulância, mas o pescador morreu a caminho do hospital

Um pescador de 42 anos morreu, na manhã de ontem, ao esperar por atendimento médico num posto de saúde em Jericoacoara. Francisco Agemeu André Pereira foi levado ao local, que fica a cerca de 200 metros da própria casa, após passar mal e cair de bruços enquanto estava em sua residência.
De acordo com o pai dele, Francisco Albanito Pereira, 66 anos, ao chegar ao posto de saúde, o paciente, já bastante debilitado, deparou-se com a ausência de médicos. As enfermeiras da unidade tentaram, em vão, fazer a reanimação, até que uma ambulância teria chegado para encaminhá-lo à assistência médica na sede do município de Jijoca de Jericoacoara. No caminho, Francisco Agemeu não resistiu.

Ainda segundo Francisco Albanito, o filho teria procurado um médico há cerca de um mês, por conta de problemas relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas. O pescador teria sido remediado e, desde então, não teria parado de beber.
A família ainda aguardava a chegada de um médico a Jijoca de Jericoacoara para reconhecer a real causa da morte e para que o corpo fosse liberado.

Já a Secretaria de Saúde de Jijoca de Jericoacoara disse, em nota, que, segundo a irmã do paciente, ele havia sido encontrado inconsciente. A ambulância foi acionada e fez a remoção de Agemeu até o posto de saúde, onde foi recebido pela equipe de plantão, que detectou o óbito.
Ainda segundo a nota, o posto de saúde de Jericoacoara conta com um médico credenciado pelo Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que trabalha com carga horária de 32 horas semanais e oito horas de atividades acadêmicas, sendo sexta-feira o dia de ausência do profissional. O posto, neste caso, deveria permanecer fechado mas, em face da importância turística de Jericoacoara, é mantido aberto, com equipe capacitada para dar os primeiros socorros, conforme a gestão.

Segundo caso
De acordo com moradores, já é a segunda vez, em menos de um mês, que uma pessoa morre sem ter atendimento médico imediato em Jijoca de Jericoacoara. No dia 8 de abril, um turista de Santa Catarina veio a óbito por conta da falta de aparelhos de ressurreição cardiopulmonar. "Os médicos não ficam por falta de pagamento. Faz tempo que eu moro aqui e sempre tivemos esse problema", afirma uma moradora que preferiu não se identificar.
Há ainda a reclamação de que uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) construída pelo Governo do Estado do Ceará em Jericoacoara já estaria pronta e equipada, mas ainda não teria iniciado o funcionamento. A Secretaria da Saúde do Estado, por meio de assessoria de imprensa, confirma que a UPA já teve as obras concluídas, entretanto, a responsabilidade do funcionamento também caberia às gestões municipal e federal.

Hospitais de emergência têm 342 nos corredores
Durante o feriado de ontem, 342 pacientes estiveram internados em corredores de hospitais de emergência de Fortaleza. Os dados foram apresentados pelo Sindicato dos Médicos do Ceará e pela Associação Médica Cearense (AMC). As nove Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) da Capital tinham, ontem, 119 pacientes aguardando transferência, 12 dos quais entubados.
O Instituto Dr. José Frota (IJF) mantém 80 pacientes nos corredores. O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) possui 50 pessoas na mesma situação, enquanto no Hospital de Messejana (HM), há 45 e, no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), 40. Completando a lista, o Hospital São José (HSJ) aparece com oito pacientes nos corredores.
Os números diminuíram em relação aos divulgados na última quinta-feira (30), quando 359 pacientes eram atendidos em ambiente inadequado.
A divulgação diária dos dados faz parte da Campanha Corredômetro, iniciada no último dia 22 de abril pelo Sindicato dos Médicos e AMC, com o objetivo de expor a necessidade da resolução de problemas da gestão de saúde pública na Capital.

Ranniery Melo
Repórter


Diário do Nordeste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.